Me bateu uma vontade de escrever. Mas se ao menos soubesse o quê. Talvez sobre a morte do nosso único Palma de Ouro em Cannes, Anselmo Duarte, com o filme O Pagador de promessas. Quem sabe sobre meu time de futebol (Palmeiras, claro). Entretanto, descarto essas ideias. Decidi revelar meu amor platônico, meu ídolo, o autor do meu "livro de cabeceira". Falar sobre Carlos Drummond de Andrade não é falar sobre mais um poeta, é tentar explicar um gênio literário, ou tentar descrever o sentimento que ele traz com seus eternos escritos.
Apesar de eu ter nascido após a morte de Drummond, apixonei-me pelos seus poemas. Quanta genialidade! Ele consegue transmitir uma crítica em um poema sensível. O livro A Rosa do Povo é aquele que tenho mais ciúmes. Nas viagens não pode faltar essa obra em minhas malas.
Há meus poemas preferidos - não necessariamente do livro citado antes - Poema de sete faces, José, A flor e a náusea, Ontem, Passagem da noite, Caso do vestido, Memória, Os ombros suportam o mundo, Amar. É obvio que os que acabei de citar não são todos os que eu gosto, mas os que mais gosto.
Só lendo os poemas -ou contos, crônicas, ensaios- para ter uma noção do que estou falando.
Eu falo de um inexplicável mineiro que conquista até após sua morte mais gente... Porque ele é eterno, suas palavras são fontes de vida. Não sei como é não amar Drummond. Meu mestre, meu guia.