As falhas estão na transpiração, no respirar, nas
escolhas, no sorrir, no carinho, no beijar, no sexo. As falhas estão nas veias.
Fluem. Correm. Acontecem.
A chuva não lava, o sangue não drena, a pele fica pálida,
fria, com odor insuportável. Não é a morte, é a falha. A falha do querer, do
fazer, do beijar e, principalmente, do falar.
Fez-se da madrugada o dia. Cinzento. Amargurado. Um dos
últimos? Talvez seja um erro. Compute-o, conte-o.
Descalça, sentada no chão ao pé da cama. A televisão
continua desligada. As flores continuam na imaginação. Os risos, o coração
palpitante, os suspiros sinceros. Onde ficaram? Resultam em falha.