quinta-feira, 30 de abril de 2015

Sobre ser humana

As falhas estão na transpiração, no respirar, nas escolhas, no sorrir, no carinho, no beijar, no sexo. As falhas estão nas veias. Fluem. Correm. Acontecem.

A chuva não lava, o sangue não drena, a pele fica pálida, fria, com odor insuportável. Não é a morte, é a falha. A falha do querer, do fazer, do beijar e, principalmente, do falar.

Fez-se da madrugada o dia. Cinzento. Amargurado. Um dos últimos? Talvez seja um erro. Compute-o, conte-o.

Descalça, sentada no chão ao pé da cama. A televisão continua desligada. As flores continuam na imaginação. Os risos, o coração palpitante, os suspiros sinceros. Onde ficaram? Resultam em falha.

Falhas. Tão abstrato quanto o sentimento. E de tanto errar, talvez um dia eu acerte. Mais um, compute-o, conte-o.