quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Desabafo de ex-poeta

É estranho quando perdemos o costume de ter os ombros leves. Parece que o mundo vai desabar, porém nunca acontece. Parece que a cabeça vai explodir, mas o relógio não zera. O que espera de mim? Grandes ações quando não há chão? Ideias brilhantes em uma mente deteriorada? Sou a fraude que não deu certo. Aquela que abandona o poema para um desabafo sem métrica, sem rima, sem expectativa. Não houve reação. Não houve solução. Minha estátua continua plena. Eu não. Eu choro e lamento. Não ando. Só encho meu coração de tristeza. Ao mesmo tempo que não quero ficar parada, há uma gravidade que dificulta e me embaralha. Estou perdida na vida. Este é um desabafo de socorro.

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