Ao desenterrar a tristeza, a poesia se liberta.
Serei eu uma eterna poetiza?
Esse mundo caduco cheio de rimas ricas
Esse mundo perverso feito por simetria perfeita
Onde as crianças passam fome e veem os pais morrendo por
nada
Onde mulheres são punidas por desejar algo melhor.
Os heróis foram esquecidos, ainda existem
A hipocrisia de que vivemos em um mundo mais civilizado
reina
Pessoas ferozes dão os pobres para os cachorros brincarem
Pessoas vis fazem dos cobres o tesouro dos infernos
As palavras soam como areia
Elas sujam, incomodam e irritam os olhos de quem é
atingido.
A chuva poderia apenas lavar almas
Mas ela também devasta, ela desabriga, ela é cega e
furiosa
As casas voam como se tivessem asas
Ou elas se afundam e parecem levar os sonhos junto
A tristeza, o poema, a catástrofe e o mundo
Não há mais a flor que impede o canhão.
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