quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Madrugada sem fim

A madrugada surge e os pensamentos voam
Uma discussão sobre princípios ferve
Mudanças, jogos, humanidade, ética, amor?
Volto a questionar os caminhos a percorrer.

A madrugada faz com que as horas corram
Descobrindo para que o feitiço serve
Tocar o terror, brincar, se desligar, ter pavor?
Egoísmo torna-se a fórmula para sobreviver.

A madrugada troca as prioridades e elas escoam
Como furacão de ilusões tornando-me verme
Rosas, fogos, guerras, dogmas, calor?
Riscos confusos só fazem sentido quando amanhecer.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Chuva desta primavera

Estive pensando na chuva que cai nesta primavera
Constante, calma, limpa
Fecho os olhos apenas para escutá-la
Melodia da noite, cria ritmo junto aos carros
A chuva esquiva a tristeza
A chuva é fria e diminui os anseios
Nada realmente importa, a não ser esse som
Às vezes isso torna-se tudo
E já não sinto mais os pés entre cacos de vidro
E já não me importo com as analogias de dor
Que outrora me invadia
Apenas há chuva
Sem objetivo, sem decepção, sem eu
Não há pessoas, não há corações
O mundo tornou-se gotas
Não olho mais pela janela
Porque a chuva tomou conta do meu ser

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Flores e farpas de uma vida melancólica

Há algo em meu coração que pede para ser expelido.
Há um nojo, uma náusea de algo que me feriu.
Há estranha revolta pelas pessoas que ainda passarão por mim.
Há flores pelo chão despedaçadas pelas mãos sujas de marfim.

Não demora a melancolia devora meu ser.
Pelos pesadelos que não saem com o ato de beber.
Fraturas invisíveis, juro que não vai ficar assim.
Toda vez que chorar se perguntará: onde está ela pra cuidar de mim.

Grandes farpas pelos ares enfeitam minha casa.
Não passarei mais pelo caminho que me levou àquela desgraça.
Este teclado ajuda a acalmar a alma.
Feito um violão que toca a canção que me falta.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Anacrônica

Entre os quatro muros que separam minha vida da vida normal
Posso dizer-lhe sinceramente, anacronicamente, um pouco do romantismo
Posso passar adiante o que aprendi com as lágrimas mais salgadas
Ou como o mundo desilude as paixões.

Seja como for, não é aqui meu lugar...
À minha volta circulam pessoas estranhas e sem rumo
Flores caem sem explicação aparente, são belas, mas apenas belas
O romântico coração não tem chance de sobreviver, tão anacrônico.

Mundo árduo, falso, triste, nauseante
Não gosto daqui, não gosto desse tempo de hipocrisia delirante
Meu romantismo se afunda ao passo de nossa valsa
A rosa murchou e o farol abriu, amanhã compro outra.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Náusea de uma brasileira revoltada pela pobreza mental de parte da população


O que me entristece na sociedade brasileira vai além dos vermes no poder. Além das cobras em plenário. Além, também, dos porcos gordos de terno em comissões. Minha indignação vai pela população que torna esse país tão nauseante, que apoia todo o covil que permanece em Brasília. Tomo, por aqui, as dores de todas as pessoas injustiçadas, humilhadas, ofendidas.

Vamos dar nome aos bois. Para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, senhor pastor Marco Feliciano. Para presidir a Câmara dos Deputados, senhor Henrique Alves. Para presidir o Senado Federal, senhor Renan Calheiros. Para presidir o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, senhor João Alberto Souza, também conhecido pela aliança com Calheiros e Sarney. Parece piada, mas isso se chama Brasil.

Mas o motivo pelo qual me desespero neste momento é perceber que pessoas defendem alguns desses parlamentares que nem deveriam ter sido eleitos. Um deles é o já citado pastor. Ele não poupou palavras para agulhar e soltar ofensas aos negros, aos homossexuais, aos brasileiros, em geral. Mas quem se importa? Os brasileiros não parecem se importar. Desconfio que até gostam de sofrer, da humilhação.

Como se não fosse o suficiente, ele faz acusações e afirmações sem qualquer credibilidade. Seja pra ofender grandes artistas que já faleceram ou dizer que a Comissão era dominada por Satanás. O que me espanta é ver pessoas que defendem isso! Como pode? Indignação, é isso que sinto!

Assim, deixo aqui registrado meu repúdio a esse tipo de atitude, tanto pelo senhor deputado federal (PSD-SP) e presidente da Comissão Dos Direitos Humanos e Minorias, pastor Marco Feliciano, como por esses vãos cidadãos que, seja por falta de informação – o que até chego a duvidar – ou por serem tapados, defendem-no. Sinto pena de um Brasil que poderia ser levado a sério, mas a população não faz questão alguma.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Tempo


Meu tempo é tão em vão quanto o de Dali
Mas o meu é feio, é triste
Escondendo as raízes dos erros e fortificando as mágoas
O tempo não esquece, não renova
O tempo guarda, sobrevive
O tempo não cura ferida
O tempo traz conformismo
Na gaveta tenho um relógio quebrado
Hoje o tempo está arenoso, cinzento
Não há o que discutir
Não há amor, não há luz, não há nada
Só o velho tempo...

sexta-feira, 8 de março de 2013

Orgulhosamente, uma mulher

Mulher é sonho. E o sonho é sensível. Mulher é garra, persistência e, ao mesmo tempo delicadeza. Mulher é ser humano.

Toda mulher tem seu jeito de ser feliz, de chorar, de errar. Toda mulher tem sua paz, seu refúgio, seu amor. Toda mulher é linda, é voraz, é sexy.

Não é fácil ser mãe, ser trabalhadora, ser estudante, ser dona de casa, ser rotulada... Ser mulher não é ser perfeita. Ser mulher é ser sensível sonhadora sem deixar de ser real.

Mulher é dose... É saber do terrível mundo e ainda assim sorrir. É ter força de tigre e delicadeza de rosa. É olhar para o futuro e deixar que brote a esperança. A mulher é a realidade, a fantasia, o medo, o sorriso, o erro, o carinho. Mas, acima de tudo, mulher é luta!